segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Campo Maior - Boas e más administrações...

Nos últimos 30, quarenta anos, Campo Maior já teve bons e maus prefeitos. Fui testemunha e até trabalhei com um deles, talvez o melhor que a cidade já teve (não por isso, claro, era um simples datilógrafo há quarenta e tantos anos atrás), o professor Raimundinho Andrade, seguido de outros dois bons prefeitos, o tenente Jaime da Paz e o dr. Dácio Bona. Depois desses vieram o lendário José Olimpio da Paz, que era prefeito pela segunda vez, tendo falecido com meses de mandato, substituído por seu Vice, o ex-vereador Mamede Lima. José Olimpio era um homem testado pelo mandato anterior, um extraordinário ser humano, sensível ao sofrimento do pobre, mas não pode ser testado pelo pouco tempo de vida que teve para sê-lo como prefeito pela segunda vez. Na primeira vez, segundo as testemunhas daquele tempo, só faltou dar o que tinha para ser dado na prefeitura. Era de uma bondade como pessoa que isso terminava lhe atrapalhando como administrador. Antes de Raimundinho Andrade e dos que lhe seguiram, a cidade teve bons administradores, como o Dr. João de Deus Torres, Ivon Pacheco, Oscar Castelo Branco Filho, mas eram também pessoas que não tinham grande controle administrativo da máquina pública e dos seus auxiliares e por isso tiveram seus mandatos prejudicados. Esses homens foram pessoas maduras, uns com uns defeitos outros com outros, mas eram pessoas que tinham uma certa maturidade psicológica, que foi o que faltou aos prefeitos que vieram depois deles: César Melo, Raimundo Carbureto Bona, Marco Bona, Dr. Antonio Lustosa... Abstenho-me de entrar no mérito da gestão da mãe do Carbureto, porque na verdade não acompanhei os fatos marcantes de seu mandato, marcado pelo fato de seu filho era de fato o mandatário.

Campo Maior - Boas e más administrações...2

Os jovens César Melo, Carbureto Bona, Marco Bona e Antonio Lustosa, eram a fina flor de sua geração. Bem nascidos, bem educados, bem casados, tinham tudo para terem sido melhores prefeitos do que foram... Pesquiso entrevistando pessoas que viveram aqui por esse tempo, que foi exatamente o tempo que fiquei longe daqui por quase trinta anos, para tentar entender o que essa geração de jovens tão bens dotados e de quem a cidade esperou tanto e recebeu tão pouco, fez dessa oportunidade histórica que não souberam aproveitar bem e hoje foram meio que condenados por conta disso a um papel secundário na atual cena política campomaiorense. Ouso dizer, a medida que vou compilando as informações que pretendo que alimentem uma monografia da graduação em História, que faço atualmente no campus da Uespi na cidade, que essa turma se atrapalhou porque não teve a tal da maturidade psicológica que não faltou aos cidadãos que os antecederam no cargo, ou seja, jovens meio que mimados pelas famílias que lhes deram  tudo para chegarem profissionalmente onde chegaram, viram na prefeitura, um brinquedinho capaz de lhes satisfazer caprichos juvenis, coisa de briguinha de turma de colégio, administrando a prefeitura como se fosse algo a quem não tivessem a menor satisfação a dar. Deu no que deu. Pessoalmente tenho o maior afeto e consideração por esses cidadãos e eles por mim, graças a Deus, mas acredito que como historiador que ainda não sou, não lhes perdoarei os desmandos administrativos que marcaram seus mandatos. Não cairei na asneira de lhes demonizar suas figuras históricas ou pessoais como alguns ingenuamente o fazem. Tiveram qualidades como administradores, fizeram coisas que ficaram, começavam bem, mas ao final de seus mandatos, o povo não lhes perdoou então, como a maioria deles não perdoou até hoje. Abstenho-me de analisar os dois mandatos de João Félix por não me considerar ainda com o distanciamento histórico que me permita avaliá-los de forma isenta, coisa que farei quando essa oportunidade se me apresentar, no futuro.

Campo Maior - Boas e más administrações...3


Entendo que documentalmente me faltam elementos para fazer uma avaliação menos impressionista do que a que faço aqui, da administração desses meus queridos amigos, entre outras coisas porque ao longo desse período aconteceu uma das mais calamitosas gestões de documentos públicos da história desta cidade. Sei que alguns prefeitos ou presidentes da Câmara Municipal simplesmente mandaram encher caminhões caçambas com documentos públicos e jogá-los no lixo. Sabe-se nome, endereço, dia, mês e hora (como costuma me dizer essa enciclopédia viva da cidade e meu mestre de todo dia, Augusto Pereira) em que esses cidadãos cometeram esses crimes e que a cidade impunemente deles é cúmplice porque talvez nem saiba que isso aconteceu a luz do dia e foi até aplaudido por quem devia ter denunciado esse delito contra a história...   
  
Enfim, gente, para não ter que me alongar por mais tempo do que devia, a história vai nos cobrar por tudo o que fizemos ou deixamos de fazer... Estudar história não só pra passar de ano ou ter uma profissão que nos sustente o viver, é compromisso político que dele não podemos fugir, sob pena de cumplicidade com quem não só se apropria do bem público para fins pessoais, mas priva as gerações vindouras de conhecer e contribuir com a construção do futuro e do presente que nos acossam em todos os momentos dessa vida e da vida dos que virão depois de nós...
O assunto prefeitos que vieram antes é um tema e tanto para a gente aprofundar, porque nesse momento que considero de suma importância porque marca o advento de uma nova geração de jovens que chegam finalmente ao poder depois de virem perseguindo-o há pelo menos vinte anos, é muito bom que saibamos quem veio antes, como veio e porque veio, para que possamos avaliar corretamente os que agora chegam ao poder com promessas de mudanças e transformações que esperamos de alma e coração aberto, aconteçam de verdade...

Genocídeo Neo-Liberal...


Carlos Slim Helú é o deus do capitalismo disfuncional (que distorce, de baixa qualidade) mexicano que lhe permitiu chegar à posição privilegiada que ocupa e assegurar que ninguém, e menos ainda o governo, possa tirá-lo dali”, afirmou Denise Dresser, do Instituto Tecnológico Autônomo do México.
Os 63 bilhões de dólares de Slim começaram a se multiplicar desde meados da década de 90, quando comprou por cerca de US$ 400 milhões a então empresa Telefones do México (Telmex) que, segundo diversas investigações, valia na época US$ 12 bilhões. Hoje essa companhia controla 90% do mercado local e uma boa fatia da telefonia celular na América Latina, e cobra no México tarifas muito maiores do que as aplicadas por outras empresas nos Estados Unidos. Estudos indicam que os mexicanos pagam 260% mais pela conexão à Internet de banda larga do que seus vizinhos, 312% mais pelo celular e 65% mais na telefonia básica. No Brasil ele é dono da telefonia Claro (a segunda maior), da NET (comprou da Globo e continua uma porcaria) e da Embratel, um presentaço doado pela turma de PHDs do príncipe Dom Fernando Sorbonne Cardôzo.

O Chacal das Estepes do Serrado...


Grigori Michielovich Raspuntemer, profundo conhecedor de todos os corredores e masmorras dos três poderes, será uma espécie de anjo da guarda da Imperatriz Dilmarova Roussevich.
Com a saída do Ksar Inacilievitch Lulianov para sua datcha em São Paulesburg, o monge ortodoxo do PMDB fará, enfim, sua caminhada rumo ao poder absoluto, coisa que não acontece desde os tempos do patriarca Zerovitch Sarneyevsky e de Itamarov Frankovievsk Kuasiparandovich.
(João Grillo - da Sibéria da Serra do Mar)

E fez-se justiça...

Desembargador Washington e família.

O pleno do Tribunal de Justiça do Ceará elegeu seis novos desembargadores. São eles: o campomaiorense, Washington Luís Bezerra de Araújo, Inácio de Alencar Cortez Neto, Francisco José Martins Câmara, Francisco Bezerra Cavalcante, Francisco Darival Bezerra Primo e Valdsen da Silva Alves Pereira.
Na mesma sessão foi escolhida a lista tríplice com integrantes da OAB/CE, que concorrem a uma vaga de desembargador pelo critério do Quinto constitucional. Compõem a lista Carlos Alberto Mendes Forte, Francisco Ernando Uchôa Lima Sobrinho e Francisco Zacarias Silveira de Araújo.
Já por merecimento e qualificação, nosso Washington Araújo foi avaliado e ficou em lugar.
Mais detalhes, AQUÍ

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"Boechat do Netto"...


Olá, amigos de Campo Maior, do Piauí e da Blogosfera, vejam só onde o meu blog JenipapoNews foi parar: no monitor do Editor e apresentador do Jornal da BAND, Ricardo Boechat! E olha, até que eu me saí bem!
Pois é nessa levada que estarei aqui no Zanzando na Rede, editado por meu camarada Zeferino Zan, a partir de agora. 

 Pois é, meu velho... Isso mesmo: a caricatura está magistral! Vou lhe contar: em 1970/71, foca no Diário de Notícias do Rio, o Adail (José de Paula), caricaturista do jornal, fez uma caricatura minha que até hoje guardo com grande carinho. Não apenas porque foi a primeira vez que alguém me desenhou. Mas porque meu pai, quando viu o trabalho, disse algo perfeito: “Esse cara capturou sua alma”... Até hoje olho para os traços emoldurados na parede de minha biblioteca e vejo o quanto meu velho tinha razão. Aquele sou eu mesmo, cabelo ‘cotonete de orelhão’, curvado precocemente, pele amarelada de quem não ia à praia e olheiras intermináveis... De lá pra cá já fui caricaturado muitas e muitas outras vezes. Mas tomei um susto quando um amigo me apresentou ao “Boechat do Netto”. Cara, aquele lá sou eu! Era isso que queria dizer-lhe. Achei sensacional, porque, como na pioneira, essa caricatura também captou minha alma.

Abração! Boechat

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

UM NOVO BLOG: COMO UMA CRIANÇA NO ÚTERO DE UMA MÃE...


Coincidência ou não, assim como nasce este blog, prenunciando um novo tempo na vida de Campo Maior de prefeito novo (o quarto em três meses, isso é ótimo, rotatividade de poder...)  a foto da mulher que ilustra a postagem e que gesta em seu ventre a criança que nascerá em três meses, quando essa criança nascer, já teremos uma noção do que poderá mudar com a nova administração que foi eleita ontem, assim como será a cara e o jeito do blog que ora se apresenta aqui. Vamos torcer para que  o novo governo e o blog sejam tão bem sucedidos em seu nascedouro, como a criança que essa mãe dará à luz... Quem é o pai da criança? A mãe sabe e isso é o suficiente para ela. O pai e mãe do blog somos eu e o Netto de Deus, que fará a programação visual, além da cabeça (template, como ele chama...) a partir de idéias que trocamos sobre o nome dele, e contribuirá também com textos tão bons quanto os que posta nos seus blogs. Há tempos planejo comprar uma rede para me espichar na sala do aparelho. A arte do meu amigo Netto me faz considerar prioritária a aquisição da “ferramenta” de trabalho que me será tão útil doravante... isso sem falar no laptop que estou precisando comprar tem alguns anos, além dos livros que nunca mais comprei... Se tudo der certo, isso tudo vai acontecer...   Vamos torcer juntos...

BBB 11 - Ética pelo ralo


por Washington Araújo
Friederich Nietzsche (1844-1900) parecia ter o dom da premonição. É que o filósofo alemão se antecipava muito quando se tratava de projetar ideias sobre a condição humana. É dele esta percepção: “O macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele”. Isto porque Nietzsche foi poupado de atrações quase sérias e semi-circenses, como o BBB. No picadeiro, o macaco é aplaudido por sua imitação do humano: se equilibra e passeia de triciclo e de bicicleta, se veste de gente, com casaca e gravata, sabe usar vaso sanitário, descasca alimentos. No picadeiro do BBB, os seres humanos são aplaudidos por se mostrarem intolerantes uns com os outros, se vestem de papagaios, ladram, miam, coaxam, zumbem – e tudo como se animais fossem. Chegam a botar ovo em momento predeterminado. Se vestem de esponja e se encharcam de detergente a limpar pratos descomunais noite afora.
Em sua imitação de animal, o humano que se sobressai no BBB é aquele que consegue ficar engaiolado – digo, literalmente engaiolado – junto com outros bípedes não emplumados – por grande quantidade de horas. E sem poder satisfazer as necessidades humanas básicas, muitas vezes tendo que ficar em uma mesma posição, como seriemas destreinadas. E são os únicos animais que demonstram imensa felicidade em permanecer por mais tempo na gaiola. Não lhes jogam bananas nem pipocas, mas quem for o último a sair da jaula semi-humana ganha uma prenda. Pode ser um passeio de helicóptero, pode ser um carro, pode ser uma noite na Marquês de Sapucaí.

Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela
UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil,
Argentina, Espanha, México.

ACM fez "escola" no Piauí também!



Sobre homenagens póstumas a vivaldinos, lembrei agora de um ilustre desconhecido (dos piauienses), mas que fez os cálculos de uma das maiores estruturas de concretos do mundo (na época) e que continua sendo o maior de todos os "templos" de futebol do planeta! O teresinense e engenheiro Antônio Alves de Noronha fez esse trabalho para a construção do Maracanã, numa época que nem a engenhoca de nome “cérebro eletrônico”, tinha saído da cabeça do homem. 
 Ponte Rio-Niterói
Os engenheiros responsáveis pelo projeto da ponte de concreto foram Antonio Alves de Noronha Filho (o varão do Noronha pai) e Benjamin Ernani Diaz; o engenheiro responsável pela parte de aço foi o americano James Graham.
Pois esse “Einstein da engenharia” - que fez esses infindáveis cálculos na ponta do lápis/papel -, até hoje só mereceu de sua terra natal, ter seu nome emplacado em uma avenida de pista única na Zona Norte de Teresina, e que liga o conjunto residencial Mocambinho ao bairro Água Mineral, próximo à "rótula" (ai!) conhecida há décadas como "Coca-Cola".

Estádio jornalista Mário Filho (Maracanã) em obras para a Copa de 1950 - já está novamente, inclusive, reforçando a surpreendente marquise, naturalmente castigada pela ação do tempo.

A saga do clã desse Noronha em projetar obras faraônicas (no bom e gigantesco sentido), continua até hoje com seu casal de filhos engenheiros, em um concorrido escritório de cálculos estruturais no Rio de Janeiro.
Quanto ao Zé de Almeida Neto - que não é o nosso campomaiorense irmão do professor Raimundinho Andrade e falecido a vários anos - já emplacou seu nome em pelo menos, meia dúzia de conjuntos habitacionais e avenidas desses mesmos aglomerados de casinhas visivelmente improvisadas para moradias de "sorteados" pela COHAB, de Norte a Sul do Piauí. Pelo estilo, deve ser um engenheiro também.
Zan, quero crer que esta atitude deve ser pra não se mexer nos nobiliárquicos nomes de personagens, como por exemplo, Freitas Neto, que tem seu nome pintado ou esculpido em vários colégios e em outros tantos “ginásios”(?) de esportes em todo o Estado do Piauí! E ainda por riba, o cabra continua vivo!
Quer mais? E olha que interessante: no maior dos conjuntos “Almeida Neto” do Piauí, em  Teresina (MOCAMBINHO), sua avenida principal chama-se... Freitas Neto! E adivinha como é o nome de um dos principais colégios da região, parede e meia dessa mesma avenida?!!! Menino, não me diiiga!!!
Mas, quem foi José de Almeida Neto? E por que outro nativo que fez umas continhas “veia” mixuruca que só serviu para sustentar o gigantesco Maracanã, até hoje, continua com a bola tão murcha no Estado onde nasceu? Com a palavra, Helvídio Nunes, Petrônio Portela, Alberto Silva, Freitas Neto (de novo?), Hugo Napoleão, Lucidio, Mão Santa, Castelos Brancos... 
João de Deus Netto é Designer Gráfico, caricaturista e blogueiro do Jenipaponews, Bitorocara, Picinez e CinemasCope.

A vitória do jovem Raimundo Santana...


Numa época em que os prefeitos costumavam ser senhores “coronéis”, eleitos ou nomeados; com algum avantajado na idade, a UDN escolhe o “menino” Santana, 25 anos, civil, para encarar uma acirrada batalha política contra o Sr. João Crisóstomo de Oliveira, candidato dos pesos pesados do getulismo do PSD: Médico e 1º Tenente Sigefredo Pacheco, Coronel Miranda e Coronel Waldeck Bona. A tropa do jovem Santana levou vantagem do início ao fim por causa da moral altíssima, indispensável em qualquer tipo de embate. Minha mãe Alaíde, entusiasta da campanha, fala que o entusiasmo dos jovens levava, literalmente, o futuro prefeito na “cacunda” (nos ombros). Aos gritos de “Santana! Santana!”, a passeata saia da residência dos seus pais, próxima ao colégio Valdivino Tito, até a Praça Bona Primo. Na volta, uma parada na Praça do Relógio (atual prefeitura) para um vibrante comício. E como numa guerra há sempre baixas, infelizmente, essa se deu do lado da UDN. Um cabo eleitoral do partido da União Democrática Nacional, de nome, França Catura, foi assassinado num beco próximo à Praça Rui Barbosa, no auge de mais um nervoso acontecimento político em Campo Maior. Bodes expiatórios foram procurados e não encontrados. De nada mais adiantava. Estava eleito, Raimundo Nonato Monteiro de Santana, em 1951, o Mais Jovem Prefeito do Piauí. 

Fonte: Geração  Campo Maior - Reginaldo Gonçalves de Lima
Foto: Prof. Cineas Santos